terça-feira, 29 de maio de 2012

A Sagração da Primavera

© Olga Roriz

A sombra faz-se sol
e a semente gesto,
rasgam-se os corpos

em gritos de terra,
rastilhos guerreiros
desventrando o poema.

Desnuda-se a vontade
de jáculos rítmicos
na lavra sublevada
pela impossibilidade do silêncio.

Do céu jorram contornos,
quiçá de corpos angélicos
sedentos do movimento
que se torna infinito,
até à hipnose visceral
da dança feita oração.

Teu será o reino
onde a areia se borda de ouro,
antes de ser território
para que teu corpo telúrico
seja resistência infindável.

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