imagem recolhida aqui
Ao subir do pano, Caetano Veloso está na
boca de cena secundado por três jovens que compõem uma banda de sonoridade
rock. É nela que Caetano viaja, ao longo de aproximadamente duas horas, pelas
canções do seu último álbum Zii e Zié.
É nela que revisita alguns – poucos – temas clássicos, com esta nova roupagem.
Irreverência? Inquietude? Necessidade de
mostrar-se actual? Capaz de acompanhar novas ondas musicais? Apto a cruzar os
mais recentes céus da composição? Tentando captar novas gerações?
Caetano apresta-se para celebrar o
sexagésimo oitavo aniversário, dentro de dias. Sim! Mexe-se no palco, tentando
mostrar não os possuir. Mas sabemo-lo ser um sexagenário avançado. Traçou e
percorreu um caminho que angariou infinitos fãs. E foi, quando se sentou sozinho,
com o violão nos joelhos, para interpretar Desde
que o samba é samba, que se viu o verdadeiro, o amado Caetano. Precisará de
mostrar-se competente para abraçar novos rumos musicais?...
As interpretações dadas a temas como Trem das cores ou Força Estranha, ainda que cantadas em coro, pelo Coliseu lisboeta,
nada lhes acrescentou.
No final, sai-se com o prazer de
[re]ver, ao vivo, esta figura proeminente da música brasileira. Contudo, fica
um certo sabor perdido de não ter havido mais daquele Caetano intimista que nos
prende nos acordes viajantes pelo braço do seu violão e nas letras de tantos
hinos que escreveu. Em mim, ficou uma certa saudade do Caetano evocador daquela
figura discreta com quem me cruzei, numa noite dum ido Abril de 1987, no Rio de
Janeiro…
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