quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Cidade [de Olga Roriz]



será a neblina uma barreira
ou um preâmbulo de partida?
de um corpo que se desdobra,
memória de um mapa por percorrer.
chove e mitiga a densa envolvência
de um piano minimalista
que se cega em repetição contigua
violada pela imposição de um violino.

horas que se acrescentam
à rotina dos dias,
abraços que se inventam,
visões de futuro
ou talvez retratos do passado,
corpo que permanece
no abrigo do desabrigo,
decomposição impossível de reciclar.

percursos de exaustão
em que nos perseguimos a nós próprios,
fuga às horas
na repetição de roteiros,
cantilena pela viagem de um repasto
que não chega.

pela paisagem multirracial musical
o desfile em metamorfose
dos transeuntes citadinos.
quadros de uma cidade edificada
nas ruas que correm dentro de nós!



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