Lá em cima
[do lado esquerdo]
não há
telhado
e o tecto
é uma bruma
que se dissipa no céu,
os degraus
ora são sucessão interminável,
ora se galgam num simples fechar d’olhos.
Lá em cima [do lado esquerdo]
há quadros de paredes sem espaço,
há mobílias sem lugar no solo,
há livros de histórias sem fim,
há um vazio imenso
preenchendo um parágrafo secreto.
Lá em cima [do lado esquerdo]
grita de pasmo o medo,
encolhe-se de vergonha o
sentimento,
recua indeciso o passo da vontade.
Lá em cima
abrem-se janelas
por onde saio
ao encontro de mim,
ou perdendo-me
quando me aproximo
e do lado esquerdo
cresce uma força
que incendeia o pedaço de mim
lá em cima!
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