Trago na língua
o sabor de palavras
dispersas em romance, teatro e trovas,
espólio passado,
dádivas futuras…
trago em instantes contínuos,
sílaba por sílaba,
som por som,
infinitudes de sentidos e sentires,
entoados, clamados
e infindas vezes simulados
contra o sufoco da mordaça…
roubo à aurora dos amantes,
lágrimas choradas em sorrisos,
sorrisos tímidos de tristeza
e escrevo,
entre as sombras dos dedos,
a força desta língua
que trago na boca.
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