Nem sempre é fácil, nos regressos, recusar aromas do
passado. Ao regressar a Paris, para formalizar o rompimento com o passado,
Ahmad, talvez não adivinhasse o quanto iria ter de mexer no seu passado, mas
sobretudo o quanto o presente iria dificultar os passos imediatos para o
futuro. Ao regressar, Ahmad, vê-se envolvido num trama de dilemas morais e
emocionais que, frequentes vezes, mais do que realidades, são suposições com
que as complexidades humanas fazem tremer os dias.
Quantas ruínas se poderão descobrir num regresso ao passado?
Quantas feridas, abertas por mal-entendidos, ficarão por sarar por não se
enfrentar, um regresso ao passado, com a capacidade de franquear a verdade e
desmistificar segredos?
Com este regresso a um conflito familiar, em “O Passado”, Asghar
Farhadi – vencedor do Óscar para Melhor Filme Estrangeiro 2012 – revela-nos
ainda que enquanto uns recusam aromas para romperem com uma vida passada de que
tentam fugir no presente, para outros a fragrância do passado é a forma de
devolver à vida quem se recusara a continuar presente.
1 comentário:
Eu,quanto menos pensar no passado,melhor eu me sinto!! Venho desejar-te um excelente ano de 2014,tudo de bom para ti,muita paz,muita alegria e muita saúde!! http://musiquinhasdajoaninha.blogspot.pt
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