Tento
deter no tempo, um instante
onde os olhares rumorejaram
na incerteza segura de quererem ficar
tão sós quanto a ilusão permita
pensarem-se incógnitos na multidão.
Detenho-me
em frente ao espelho
na procura desse instante em mim,
mas não me encontro nessa névoa
de corpúsculos fragilizados em versos
roubados a pensamentos esmorecidos.
Há
um tremor líquido nas lágrimas
que choro para me encontrar
neste tempo em fuga dum instante
onde os gestos correram carícias
numa pele percorrida devagar.
Dispo
a solidão da madrugada
descascando favos de memórias,
procuro no rendilhado dos dias
um instante para deter o tempo
onde me encontre em mim.
1 comentário:
...querido Poeta mostre-me onde colhe as névoas onde esconde a certeza dos encontros...que esparge
em pó de jura e cântico de promessa...procuro o correr dessas
frágoas para me roubar ao pensamento
Tudo é tão belo na sua Calçada que
até cada passo nosso a perturba...
Creia-me
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