sexta-feira, 15 de abril de 2011

Extinção



Nubla-se
o sonho que fiz céu,
palco de distância adiada,
devoto querer ilimitado.

Clareia o turbilhão
que me invadiu o coração
e fez cinzas da solidão,
incendiando a cada dia
a fogosidade para o amanhã.

Falta-me
a voz que fiz guia
cobrindo de versos o chão,
num cântico de vindima
com que enchi o cesto da emoção.

Faço do silêncio
este permanecer sôfrego
como quem se arrebata
ao suspiro próximo,
ignorando poder ser o derradeiro,
enquanto a sombra se dilui
no céu extinto
onde o voo perde destino.

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