segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fala-me!


Fala-me do tempo
em que o poema descia
degraus de estrofes nascidas
em vulcões ignotos de alvoroço.
Fala-me do tempo
em que rasgados silêncios,
as palavras antecipavam
a batalha das línguas.
Fala-me do tempo
em que as horas se pediam
rotação de eixo único
num centro alheio do mundo.
Fala-me do tempo
em que os corpos não se gastavam
e a noite era uma travessia
a que nos ancorávamos.
Fala-me do tempo
para que não me esqueça
desse tempo que nos esquece!

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