sábado, 19 de novembro de 2011

In_Quietos Caminhares



Lavras com lágrimas o poema
inacabável na canção que calas;
sobejam murmúrios de sal,
deixados pelo mar navegado
até chegares à ilha sem alma
onde ergues trincheiras no peito.

Disparam, as aves, notas inaudíveis
sobre a voz obstinada do teu coração,
no teu rosto debuxa-se a noite
em que os corpos repeliram o céu,
atraídos pelo vento de extinção
no abrigo retardatário da alma.

Acordo no rumorejar remoto do rio
que me adormecera no frio d’ausência,
a claridade rasga um bando de nuvens
desnudando o cio arrebatado às ninfas,
na palma das mãos jorra-me em vulcão
a indecisão da sede inscrita no olhar.

Nos teus seios acosto a vontade
há dias abarcada no cais da espera,
a alucinação sulca humidade na estrofe
porquanto a luz se te boleia nos lábios,
gritam Verão os versos que te ofereço
alagando a pele em que me faço semente.

3 comentários:

Sopro Vida Sem Margens disse...

...em tuas mãos verte-se agora esta greta, cratera acesa de um vulcão, invenção a caminho dos teus lábios, corola lenta gravada nos teus olhos à procura de luxúria...

elsafer disse...

pintando a tela, deixando fluir as palavras com vida , com paixão ...

OceanoAzul.Sonhos disse...

Nesta Calçada dos Sentimentos perdi-me em poesia, na tua poesia.

Um abraço
oa.s