sábado, 18 de junho de 2016

Quero

obra por identificar

quero noites escancaradas 
sobre o frémito dos sonhos,
o degelo da carne
rasgando-se em poema,
quero o imperativo de um voo
sobre a incerteza da manhã,
o tremor do branco
sobre a aguarela do gesto,
quero o murmúrio da dança
no corpo já sem endereço,
o ensaio da linguagem
nos silêncios sem nome
e o dicionário de teu olhar
entregando-se
ao desvelo da leitura.

2 comentários:

Graça Pires disse...

Um poema muito belo. Inspirado e inspirador.
Beijo.

Suzete Brainer disse...

Olá Caminheiro,

Caminhando por esses mares poéticos (blog da Graça Pires)
em busca de excelência poética, encontro esta raridade
de poesia (sua) que me encantou. Sou fascinada pela boa
Poesia (leituras de poética excelente sempre me deixa alegre...).
Passei um bom tempo de encanto lendo seus poemas anteriores
postados, fiquei impressionada com a qualidade de excelência,
beleza e originalidade em todos que eu li.

Aqui voltarei com a certeza de uma leitura fascinante!