sábado, 5 de fevereiro de 2011

Dos barcos primeiros



Dos barcos primeiros
já não lhes sei a rota,
apagou-se no linho esgaçado
das camisas despidas
onde os navegantes deitavam nativas
oferecendo-lhes o sal do corpo
em troca da virgindade das noites,
em pepitas de segredos
depositando lágrimas não choradas
ressequidas num cansaço supremo
em combustão mais célere
do que o fogo enlevado,
ateado na carne por explorar.
Dos barcos primeiros
já não lhes sei a rota
diluiu-se em tragos de álcool
preferido para esquecer os regressos.


1 comentário:

Sopro Vida Sem Margens disse...

Sublime...
Balancei no mar..


Um beijinho