domingo, 18 de março de 2012

Tivesse eu


Tivesse eu um corpo
para nele escrever o meu
e assim sem pecado
vencer a mórbida solidão…
tivesse eu uns lábios
para de prantos fazer beijos,
imergindo o fogo das palavras
no intenso oceano das bocas…
tivesse eu um olhar
para nele tomar caminho
e de sonho bem aberto
fundear esta névoa sem destino…
tivesse eu uma noite
para nela acordar o dia
estendendo a madrugada
num labirinto de esperança
com saída para a vida…

1 comentário:

Sopro Vida Sem Margens disse...

a vida é assim
azimute do último resto
porque o resto é também
o gesto
a noite
a mão quente
sábia, aberta ao dia
para de resto fazer beijos…