Vens e partes, deixando-me nos arrabaldes da inquietação.
Um vento fustiga a cidade e o Rossio guarda-se no meu peito.
Chove, mas talvez sejam lágrimas do rio salpicando as colinas.
A Baixa ficou deserta, na minha cama só eu e o tempo
contado em avenidas, desencantos e pregões perdidos,
abandonados pelas varinas em canastas de soluços.
Ao longe ouve-se uma guitarra, ou o vibrar de uma memória.
Olho o castelo, transpiro-me do suor frio da Alfama assustada, ouço passos;
ecoam nos corredores pombalinos em direcção ao Tejo.
Chegam ondas e espero que sejas uma delas.
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