Uma calçada para subir com o fulgor da paixão e descer com a convicção de regressar. Um espelho de momentos de contemplação, em que sentado num degrau observo, ouço e sinto privilégios que me sejam concedidos. Um lugar de recato onde semear divagações será a forma de descobrir novos caminhos.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Falésia
Passeio pela música como poderia ser no topo de uma arriba. Num contínuo agudo, melódico e encantatório, ouço as fragas que te chamaram. Tocas no mar. E os dedos salgam as teclas. O vento rasga a paisagem e um insinuador tango arrebata os sentidos. Quem lhe consegue resistir? Quem não se deixa tentar por esse afoguear dos corpos? Ouço-te. Sorris. Ris como quem se vangloria da vitória por ter antecipado a partida. As tuas mãos também riam, antes de partires. Seduziam a vida como só os génios conseguem. Deixam-nos partidos, músicas inteiras, tocadas antes da tua partida. Restam-nos tempos interrompidos, preenchidos com expectativas de excertos que se completem. Antes de partirmos.
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2 comentários:
ficou a música ou a sua memória...
:)
Estar no topo da arriba. Tocar o mar.
Interromper o tempo. Partir...
Um belo texto.
Abraço.
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