sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cada vez...



Debruço-me sobre o tempo
em que o tempo era urgente;
das nossas mãos saíam auto-estradas
que cruzavam destinos;
em alta velocidade, nossos olhares
alcançavam para além do tempo
os lugares onde chegávamos
para aquietar essa premência
que, nascida nos corpos,
alagava planícies alongadas
onde os abraços desarrolhavam.

Observo o tempo
onde a urgência se perde,
a passividade se instala,
a presença se desobriga.
Sobra tempo
a cada hora já apressada;
os destinos distanciam-se,
os dedos percorrem lentos
caminhos que os olhares não tocam
e a felicidade mora
num lugar por onde não passamos.
Cada vez mais longínquo
Cada vez mais, sem tempo…
… nosso!

1 comentário:

Anónimo disse...

Bonitos poemas por aqui.

Parabéns