segunda-feira, 6 de junho de 2011

Segredos em degredo


Deixei pelo chão
ilhas de segredos,
pequenos rochedos
no teu trilho para o meu coração.
Ofereci-te as horas
para trepares a minha muralha
e encheres de presença
o meu tempo.
Confiei-te as chaves
para me [re]abrires em futuro
e fiz dos dias teu soalho
para ser sombra do teu corpo.
Construíste-te castelo dentro de mim,
d’amurada da tua vontade
lanças-te em cordas para te salvar,
mas deixas que correntes te prendam
em esconderijos por desvendar,
lúgubres espaços ocultos,
fragmentos de vida a que não pertenço,
destino dos sorrisos em degredo.

1 comentário:

Charlotte disse...

Lindo!
Quantos segredos aprisionamos na nossa alma, imperceptívelmente...