sábado, 10 de dezembro de 2011

Na palidez dos dias


Talvez... já nem queiras
sonhos roubados à noite
rasgando lençóis de queixumes,
estendidos sobre murmúrios da lua;

Talvez... já nem precises
aromas importados do mar
esvaecidos na anemia das mãos,
onde o sangue esquecera de correr;

Talvez... já nem desejes
horizontes comovidos pelo fogo
mondado no lume cru dos poemas,
gemidos em oráculos soprados pelo coração;

Talvez... já nem sejas
perfume débil da felicidade,
afogada na ténue e inócua inquietude
onde, lacónica, a paixão viva empalideceu!

1 comentário:

Sopro Vida Sem Margens disse...

Talvez…o branco dos nus, se deitem agora ao relento nestas palavras que não digo…