quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Degustação


Passo a língua pelas palavras
que na saliva ainda têm teu sabor,
sinto-lhes o verbo
na conjugação irrevogável,
provo-lhes o pouco que faltou
quando no teu regaço
meus braços balouçaram
um olhar suspenso no prolongar das mãos,
nas sílabas húmidas dos segredos
sinto-a leme trilhando teus lábios
e desbravo o silêncio
para perecer verso
na boca em que me mordes.


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