Na distância
do Verão
silencia-se
o sorriso,
longínqua dúvida
soprando o
esmorecimento da vida.
Uma leda melodia
Uma leda melodia
esboça em
quietude o voo das nuvens.
Resguarda-se
o olhar
no remanso
do medo,
mergulham
afundadas as estrelas,
sombras
dum sacerdócio descrente.
Escorrem palavras
pelos degraus
cobertas
por um véu de delírio
e num cálice
de luz
bebe-se uma
réstia de esperança…
talvez amanhã chegue a Primavera.
2 comentários:
bebe da luz pelo cálice que te estendem!
sei que inebria a visão como nuvem em tons de outono e que oferece às sombras a transparência da saudade.
na sensatez do tempo entrego as mãos.
ele saberá aconselhar-me os tormentos
e iluminar os degraus que seguem os meus passos
como se qualquer percurso fosse indefinível.
amanhã, seguramente, chegará a primavera.
mesmo que nada (mais) reste, mesmo que a esperança se desvaneça, as lembranças serão alavanca para um presente melhor, que se vive e contrói demoradamente, passo a passo.
abraço!
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