terça-feira, 3 de agosto de 2010

O amor


O amor gasta-se. Desaparece. Evapora-se. Como a mais intensa fragrância que fizemos questão de usar todos os dias. Para que tivéssemos a certeza de a saber presente. Para que os outros percebessem porque o sorriso era a estampa do nosso rosto. O amor esvai-se. E quando o procuramos, nem as cinzas em que nos fez arder, encontraremos. Terão sido levadas pelo vento do silêncio e distantes estarão. Dispersas na irrecuperabilidade da união. Não basta escrever o amor. Não basta dizer o amor. É preciso fazê-lo sentir. As palavras são apenas o complemento da certificação. A marca restaurável no instante da ausência ou do desejo maior. O amor precisa da mão para o agarrar. Precisa do olhar para o regalar. Precisa do presente para não se esquecer no passado. 


De que servirá escrever, hoje, que te amo se o teu corpo se ausentou para fora do meu abraço?... e o amor… ter-se-á volatilizado ontem…

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