domingo, 15 de agosto de 2010

Poente de Esperança


Talvez sejas
aquele rosto sem nome
um dia desenhado
na sombra dum rochedo,
todas as tardes perdida
para além da rota
que os meus passos alcançam

Talvez tu sejas
aquela voz composta
na sinfonia dum voo
ritmado pelas asas
rendidas a cada anoitecer

Talvez sejas tu
aquele horizonte indefinido
de sonhos inalcançáveis
onde a minha esperança se resigna
ao silêncio que me afunda

… ou então
serás apenas
o poente descendo em mim
inflamando a cada entardecer
a fome de te saber alvorada
a desbravar os meus dias.


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