Fazia
escuro quando o viu na sua frente. De olhos fechados. Sem tempo para lhe
perguntar de onde viera, correu na sua sombra ainda que não houvesse luz para a
projectar. Precipitou-se para o chão sem pensar o que calçar, com que
se abrigar. Ou, inadvertidamente, percebera que iria caminhar sobre o algodão das
nuvens… como melhor poderia sentir a textura do caminho que lhe iria ser
aberto? Abriu a porta e partiu na sua busca sem avaliar o frio com que a noite
a abraçaria. O breu do céu imiscuía-se no negro da estrada. O destino convergia
no limite que o olhar alcançava, no horizonte perceptível sob o brilho
artificial da iluminação pública. Para onde desaparecera? Ter-se-ia escapado
para alguma transversal? Ou simplesmente dissipara-se? Entre pensamentos,
estratégias e desencantos, sentou-se e não deu pelo dia clarear. Não sabe por
que eternidade esperará… quantos desejos a tomarão para o ver real…
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