quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ao luar



Despe-te como a lua
e entra pela mais pequena fresta
do meu desejo.
Banha com intensos feixes de luz
cada pedaço do lençol
onde me deito.
Com estilhaços de beijos
traça sulcos de ternura
na pele seca pela espera.
Deixa que as minhas mãos
sejam arado em descoberta
da virgindade duma nova noite.
Franqueia-me teu corpo
para mergulhar no abismo
de onde subirei em prazer.
Traz no cabelo estrelas
que me queimem em carícias
e com as cinzas de mim
planta uma seara de memórias.
Estende tua nudez  de mulher
no leito onde te sonho
e mostra-me que o vazio
é uma ilusão do querer[-te]!

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