O silêncio
varreu a seara, queimando cada rebento de expressão, desabrochado com a urgência
do excesso num peito habitado pela paixão. Intempestivamente, o prado verde
converteu-se num babel desértico e mudo. Amareleceram os vocábulos traídos na
espera e moradores nas margens da corrente, onde fluíra a impetuosidade em que
embarcavam sem indagar para onde eram impelidos. São cinzas ressequidas, as sílabas
planando sobre torrões indecifráveis, soluçados e expelidos pelo nó da garganta,
emudecida em rasuras de indecisões. Mais além, num cenário desfocado pelo
humedecimento do olhar, uma palavra salta a cerca delimitadora da incineração.
Miragem? Ou uma réstia de esperança em que, encontrada a réplica, o diálogo
reacenderá a emoção?
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