sábado, 20 de fevereiro de 2010

Gosto dos rios...


Gosto dos rios quando correm intensos
tendo como meta o êxtase,
impetuosos alagando as margens,
não refutando dádivas,
saciando a sede das mãos que os contemplam.

Gosto dos rios que correm serenos
inspirando a poesia e o olhar,
lânguidos estendendo o seu querer,
como subtis adulações,
embevecendo o peito que inspiram.

Gosto dos rios que dormem no leito
confiantes na espera da mareagem,
desfraldados em abraços silenciados,
como um lar que se franqueia
na tensão dum colo enamorado.

Gosto das memórias que se escrevem
como limos nas pedras dos rios,
juncando a história com os ritmos
onde folhas espalhadas secam
na expectativa de serem colhidas
numa noite por adormecer.

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