terça-feira, 6 de julho de 2010

Nudez

© yd84

CONFESSO: sou dependente. Não da cafeína, da nicotina, da cocaína, nem de outras substâncias afins. Não as consumo, nunca o fiz! Não recorro a estimulantes, anti-depressivos, estupefacientes ou ervas narcóticas para ‘auxiliar’ o meu estado de espírito. Nunca os experimentei. Não quero que mandem em mim. Quero ser EU sóbrio na minha fragilidade, ou alegria, ou tristeza, ou prazer, ou depressão, ou força, ou solidez, conforme a natureza daquilo com que me cruzo e do que me proporciona. Mas assumo: sou dependente! … do sucesso, do reconhecimento, da fuga ao vazio, do afecto, do amor [sentimento e acto], da amizade, da palavra, do ego ‘massajado’, da atenção, da partilha, da transparência, da seriedade, da frontalidade… por isso, se me virem por aí moribundo, não chamem o médico, nem me recomendem curativos. Percebam que sou assim sem qualquer película artificial a escamotear a minha verdade, sem qualquer máscara a pretender fazer carnaval nos meus dias [talvez por isso não gosto do Carnaval]. Quando o meu estado recuperar, sei que o consegui pelo meu pulso e com a ajuda dos que me facultaram algum dos ‘produtos’ de que sou dependente. CONFESSO que sou!

2 comentários:

Charlotte disse...

Ainda no outro dia eu comentava com uma colega: "gostava que houvesse mais transparência nas pessoas"
Às vezes sinto-me só, não porque não esteja acompanhada, mas sim porque sinto-me incompreendida.
O que conta, na maior parte das vezes, não é o que se mostra, mas sim o que se sente.
Por isso, não...não estás sózinho!

pin gente disse...

também tenho destas dependências!

abraço