imagem recolhida aqui
O vento soprava os remos, na
força com que o olhar sonhava. Os corpos faziam-se ao largo atraídos pela corrente
invisível. Senhor da tarde, o tempo descia sobre a paisagem. A água beijava a
pele enquanto os pés esqueciam-se de procurar caminhos. Ali não poderiam deixar
pegadas. As braçadas ligavam margens não tocadas que se fechavam sobre a
privacidade daquele lugar que a natureza proporcionava, como um segredo onde ninguém
poderia chegar. A liberdade sobrevoava em asas supremas, soberanas do céu. Só a
vista alcançava os cumes levantados no horizonte. Só a imaginação se
precipitava para além da fronteira. Ia mais longe do que os limites admitem. Só
o desejo deu as mãos à realidade e uniu a vontade única. A possessão nasceu da
entrega. O inusitado foi real. A primeira vez aconteceu como que um regresso de
que se não quer partir. Ficar na certeza de querer voltar e procurar na superfície
da albufeira marcas dessa corrente em que me quero deixar arrastar.
… até esse momento passado que me presenteia com a vontade de ser, de novo, hoje num dia futuro.
… até esse momento passado que me presenteia com a vontade de ser, de novo, hoje num dia futuro.
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