sábado, 8 de maio de 2010

Clausura

© steelcity




Deixa-me tomar-te a virgindade dos sonhos
e penetrar nessa bíblia em que te transmutas.

Deixa-me procurar por entre a púbis das dúvidas sem nome,
os dedos que escrevem uma lama de noites
em que, segura, te deitas numa enxerga,
onde amontoas páginas de histórias escritas por outros
e que roubas para iluminar certezas.

Deixa-me ouvir os gemidos dos seios,
esconderijos do sarcasmo que te exalta
e tocar-te nos mamilos dos pensamentos
que se azedam de tão ocultos.

Implora-me e fecunda-me neste compêndio de ansiedade,
roja-me e acaricia-te nesta demora de verdade
e nas dores não arrecadadas, sara as feridas
que em ti não podes encarnar!

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