segunda-feira, 24 de maio de 2010

Envelhecendo nos sonhos


Tapa-me a boca
para que entre os dedos
não me fuja essa magia
que encontrámos, sem procurar,
nos segredos da adolescência,
abrindo gavetas há muito esquecidas.

Vem comigo enganar-te
na loucura que fazemos arder
como se não soubéssemos
que mais do que cinzas, nada restará
desta fogueira onde perdemos os corações
sustentados em cada abraço.

Não me abras os olhos,
não digas que os sonhos não têm letras,
deixa-me ficar nesta esperança
que só as fotografias envelhecem
e as rugas se desenharão
nas nossas mãos enlaçadas.

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