quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tons melancólicos


Que caminhos sinuosos tomam os silêncios
nas manhãs frias que gelam cumplicidades
nas águas frias da ausência?

Distanciam-se as margens
separadas nas sombras das palavras
esquecidas na humidade da memória.

São escassos os raios de sorrisos
penetrando a densidade de ramos melancólicos
que obscurecem esse percurso deserto
onde os vocábulos teimam em não entrar.

Há um brilho de luz sobre o mainel da direcção
onde, hoje, apenas restam pegadas
dos passos noutro tempo fogosos.

Esmorecem os impulsos do outro lado alcançar,
inventam-se degraus de incerteza
para deter a partida desejada.

Inquietam-se as mãos no mutismo
dum peito adivinhado na distância.
Derreter-se-ão as lajes de interrogações
no calor dos sentimentos adormecidos?

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