segunda-feira, 12 de abril de 2010

À espera do tempo



Estava, sem que soubesse, na paragem à espera do tempo. Do tempo passado que precisava guardar numa caixa esquecida a que precisava voltar apenas para lembrar como não fazer. Esperava pelo tempo presente que me levasse num qualquer transporte para outro tempo onde fazer futuro. Passaste por mim. Não sei. Já não me lembro se te procurei. Mas avistei-te e chamei-te sem saber quem eras. Apenas porque as tuas palavras eram redes onde guardavas descobertas e descobridores, histórias e historiadores, sonhos e sonhadores. Eu que esperava pelo tempo, vi-te passar. Deste-me boleia para um tempo presente onde as tuas redes se abriram e as minhas palavras se prenderam. Sem pressa do futuro corremos. As palavras, as redes, as surpresas, os tempos, os presentes prenderam-se. Quando olhámos as palavras, os tempos, os presentes entrelaçavam-se num enrodilhado de segredos sonhados. Ou talvez fossem sonhos por segredar… Nos tempos abriram-se novos tempos e hoje, nas redes, guardam-se memórias, histórias, descobertas e sonhos que são nossos. De nós que ficamos em consecutivas paragens à espera que o tempo passe por nós e nos dê boleia para amanhã.

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