sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cadência



Todas as manhãs
se sentava na mesma mesa,
da mesma pastelaria,
na mesma praça
e pedia ao mesmo empregado
o mesmo café
e um sorriso de sol.
Todas as manhãs
ela passava com o mesmo olhar
de vestido diferente
e do mesmo modo o seduzia.

Ele abria o mesmo caderno
e a vida começava.



Uma manhã
ele sentou-se na mesma mesa,
da mesma pastelaria,
na mesma praça
e pediu ao mesmo empregado
o mesmo café
e um sorriso de sol.
Nessa manhã
ela trouxe o mesmo vestido
mas não o mesmo olhar
e ele adiou
o começo da vida.


1 comentário:

helenabranco.poet@gmail.com disse...

...eu tenho para mim que hei-de amar todos os dias...(sem que isso me custe a solidão)