quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tarde na noite


Deita-se tarde esta noite
em que o silêncio tarda em calar-se.
Cheira a retardada a mortalha desta verdade
que se enruga na sombra dos sonhos.
São demasiados os passos
para alcançar a placidez da certeza.
Entalham-se em dúvida os trilhos desta calçada
subida no latejar da demora.
Alaga-se o espaço que se alarga
em soluços inquietos anoitecidos
na delonga deste deserto por adormecer.
Dispo a mudez e estendo-me no leito desmanchado
à espera que o amanhã se prostre a meu lado.

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