terça-feira, 27 de abril de 2010

A morte do amor


Há um sepulcro de amor
espalhado nas folhas
esquecidas pelo chão.

Sentimentos rasgados
pela verdade desfeita
no desguarnecer da mentira.

Sustem-se a lembrança dum nome
no rosto de identidade defraudada.

Em cada gaveta do tempo
calam-se versículos de paixão
recitados no habitáculo das madrugadas.

A noite cansou-se de desfazer
camas onde os olhos se cegaram
na opacidade da traição.

Restam sombras de vida
nas veias vazadas de fulgor
estancando a hemorragia das palavras
que pereceram com o amor.

2 comentários:

Zaclis Veiga disse...

tão tristemente lindo...

Tia [Zen] disse...

Quando nem a esperança parece restar...

Bj