domingo, 11 de abril de 2010

Um instante no tempo



Tento deter no tempo, um instante
onde os olhares rumorejaram
na incerteza segura de quererem ficar
tão sós quanto a ilusão permita
pensarem-se incógnitos na multidão.


Detenho-me em frente ao espelho
na procura desse instante em mim,
mas não me encontro nessa névoa
de corpúsculos fragilizados em versos
roubados a pensamentos esmorecidos.


Há um tremor líquido nas lágrimas
que choro para me encontrar
neste tempo em fuga dum instante
onde os gestos correram carícias
numa pele percorrida devagar.


Dispo a solidão da madrugada
descascando favos de memórias,
procuro no rendilhado dos dias
um instante para deter o tempo
onde me encontre em mim.

1 comentário:

helenabranco.poet@gmail.com disse...

...querido Poeta mostre-me onde colhe as névoas onde esconde a certeza dos encontros...que esparge
em pó de jura e cântico de promessa...procuro o correr dessas
frágoas para me roubar ao pensamento

Tudo é tão belo na sua Calçada que
até cada passo nosso a perturba...

Creia-me