terça-feira, 30 de março de 2010

Distância


Parecem tão apartadas as mãos que não se tocam
que os olhares já não se adivinham,
ocultam-se no silêncio os espaços percorridos,
esbatem-se na saudade as pegadas repartidas.
Há um voo soprado de gaivota
no vento que afasta o navio da margem,
um adeus indesejado dissimula-se nas nuvens cinza
que vendam o sol onde o sorriso brilhou.
A vontade é âncora fundeada
nas memórias desfibradas pela distância que o tempo arrasta.
E o coração fica à deriva por entre vagas erosivas
que lhe desvendam um mar de solidão.
Perdem-se os passos partilhados
nas marés intrometidas que separam as mãos
e desviam olhares pelo horizonte do esquecimento.


1 comentário:

Zaclis Veiga disse...

formam um conjunto tão triste estes três posts que fico aqui pensando no que poderia te alegrar