Quando um país vive no adormecimento duma separação
latejante marcada por diferenças de cores, de crenças e de linguagens, não será
suficiente a vontade duma maioria para apagar os rancores, a incredulidade e o
confronto enraizados nos mais profundos e inatos alicerces do racismo. Haverá
que recorrer à alma indomável dum líder sabedor de que a união fará a força, que
assume o passado como isso mesmo: algo a que não se volta; que acredita no
futuro como o único caminho para ser feliz.
Um líder que aposta na surpresa, no agir contrariamente ao
que o outro prevê. Em Invictus, de
Clint Eastwood, Morgan Freeman encarna o líder Nelson Mandela, que se empenha
em mudar a imagem da África do Sul. Numa opção prioritariamente política,
aproveita a organização da Taça de Mundo de Rugby, e os milhões de olhares que estão
sobre o País, para provar que um novo sol brilha sobre a sua população.
Nelson Mandela acredita que a inspiração é o caminho para a
mudança e para o sucesso. Os exemplos serão sempre coadjuvantes para isso. O
exemplo é ele próprio. Ele será o instigador da confiança. Ele será o mentor
que fará os outros reconhecerem-se na auto-confiança individual. Ele respeita e
incita a respeitar. Ele distingue e ensina a distinguir. Ele reconhece e obriga
a reconhecer.
O êxito arrasta a crença. O êxito provoca a valorização. O
êxito une. Os resultados surgem porque a responsabilidade atraiu a segurança.
Os cépticos tornam-se devotos. Quando as vitórias acontecem, esquecem-se as
diferenças e um país ousa acreditar ir mais longe. Independentemente da raça,
da fé, da admiração, da ideologia, um país uniu-se em torno do desejo de
ganhar. E a África do Sul conseguiu! Porque houve um homem que foi ‘senhor do
seu destino! Comandante da sua alma!’ e o exemplo para que outro homem sentisse que também o poderia ser. O País ganhou!!!
2 comentários:
E o que sofreu com isso...
Não li ainda o que escreveu mas quero dizer-lhe que fiquei feliz pelo regresso! Obrigado!
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